O graffiti surgiu ao final dos anos 1960 e início dos anos 1970, em Nova Iorque, uma manifestação artística por meio de pichações de desenhos e frases em muros públicos, que busca levar uma mensagem e mostrar suas lutas e resistências. 5z2b1f
Marcos Ferreira da Costa, de 26 anos, descobriu o graffiti através de figurinhas de desenhos e escritas encontradas em chicletes, com apenas oito anos de idade. Hoje, há quatro anos na arte, o graffiti representa para ele uma galeria a céu aberto e uma forma de liberdade de expressão, muitas das vezes indo contra a sociedade, política, mídia e a arte contemporânea, destacando que não há definição de cor, raça, sexo, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Os desenhos expostos nos muros por si só já transmitem uma mensagem para as pessoas, através do seu olhar e da sua perspectiva. Para Marcos, o artista faz com que estas pessoas identifiquem qual mensagem está sendo transmitida sem ao menos escrever uma frase ao lado da obra, “O graffiti ali produzido na parede sem nenhuma frase ou alguém lhe dizendo o que significa, faz com que muitas pessoas parem para observar e isso já é o bastante para fazer você ter interesse”.
Para o artista e Designer Gráfico, José Vitor Xavier de Jesus, tendo o graffiti em sua vida como profissão e a representação de uma resistência, a arte no muro também pode ser interpretada de maneira pessoal por cada um que lê o que está sendo transmitido.
Arte do Marcos Ferreira.
Arte do José Vitor.
PRECONCEITO
O graffiti muitas vezes é interpretado pela sociedade de forma marginal e sendo visto como uma atividade que suja os muros da cidade. Para Marcos, o fato disso é que a sociedade já está corrompida pelo sistema e pela mídia, “O sistema diz que isso deixa a cidade suja e que vai penalizar rigorosamente, mas me pergunto, por que não penalizar também aqueles que jogam lixo nas ruas? Esses sim sujam a cidade”.
“Pode se considerar vândalos, os artistas de graffiti sabem que seu trabalho o representa, sua arte o representa, então mesmo que seja um lugar privado, porém abandonado, iremos fazer. A sociedade se preocupa com o graffiti na parede, mas não se preocupa com o entulho ou com o mato alto”, destaca Marcos.
José Vitor reforça que a sociedade aceita aquilo que é esteticamente bonito, mas quando se refere da ação real do graffiti e as artes com a estética mais periférica, ainda existe um grande preconceito.
MULHER NO GRAFFITI
Lorrany Alves Sousa, jovem de 18 anos, artista independente e design, começou com o graffiti em 2019. Por gostar muito do movimento do hip-hop e já se familiarizar com os desenhos e letras, tendo como forma de expressão e por amor a rua e a cidade, seu desejo em colorir a cidade e levar sua arte foi possível com a ajuda de amigos, que deram e e dicas de manuseio do spray.
A imagem da mulher na cena do graffiti também enfrenta o preconceito e a desvalorização, muitas vezes julgada por homens que desconfiam de sua capacidade em ter feito determinadas obras, “Acontece muito de pessoas que acompanham seu trabalho em uma rede social chegarem até você e perguntar se o que está postado em seu perfil é você mesma quem faz, acho isso muito ruim, e a maioria dessas perguntas são feitas por homens. o por isso diariamente, mas relevo, quem me ajudou e me deu apoio foram meus amigos”, destaca Lorrany.
Lorrany reforça que o graffiti é um meio muito machista e que há poucas mulheres na cena, quando leva seu trabalho para as ruas, busca sempre registrar e deixar sua marca, “Geralmente quando vou pra rua mandar minha arte escrevo sempre meu vulgo, quero que as pessoas que am vejam que mulheres estão nesse meio também e que elas mandam bem tanto quanto os homens”.
Para conhecer mais o trabalho dos artistas, basta ar o instagram.
Marcos - @graffiti.mark
Lorrany - @loohcura
José Vitor - @xavier.ink
Comentários: 1cz4m