Erlytha Geovana da Cruz Silva, social media e trancista de 25 anos faz do seu trabalho com as tranças uma forma de manifestar superação, resistência e transformar a autoestima. Desde os sete anos de idade ou a utilizar tranças porque tinha vergonha de seu cabelo, “Eu usava não era por um sinônimo de beleza ou força, eu usava porque tinha vergonha do meu cabelo e era um escape, e hoje ela representa pra mim superação, força”. 3z7240
Iniciou seu trabalho porque viu uma maneira de obter uma renda extra, e além disso, transformar a vida de outras pessoas, “Eu tento trabalhar com autoestima, quando falamos de autoestima não olhamos para preto, para branco, não olhamos pra nada, gordo, magro, só queremos trazer para as pessoas algo bom pra elas, então a forma como eu expresso é contando a minha história e fazendo com que a pessoa que esteja ali na frente se sinta bem com ela mesma”, destaca.
A transcista gasta em média de seis a doze horas para finalizar um trança, mas isso depende do tamanho e tipo de cabelo. As tranças podem durar até três meses, de acordo com o cuidado de cada cliente. Mesmo com as dificuldades enfrentadas, este trabalho proporciona uma representação de emoções e sentimentos. Para ela, nada tira sua felicidade ao perceber que sua cliente venceu o processo de transição capilar e que está voltando com a originalidade de seu cabelo.
Erlytha também revela sobre as dificuldades de ser uma empreendedora, “Ser empreendedor é dar um tiro no escuro, hoje você está super bem, uma semana você está atendendo super bem, na outra semana talvez não, você nunca sabe, e é um desafio diário pra mim, você nunca vai saber do dia do amanhã, eu não sei o que acontece, mas mesmo assim você quer permanecer, independente se está dando certo ou não, você só quer ir”.
UMA DAS PRIMEIRAS CLIENTES
Midyan Hany Barbosa, amiga de Erlytha e uma de suas primeiras clientes, destaca que ficou impressionada e apaixonada com o primeiro trabalho feito pela trancista, “Acompanhei o trabalho dela desde o início e foi muito bom ver seu crescimento, eu a indico para todo mundo e ela até fica até fazendo graça que não é pra eu exagerar, mas a qualidade do trabalho é excelente”.
Para Midyan, as tranças representam uma arte e podem proporcionar empoderamento e inovação, “Você faz uma obra de arte com as mãos, ela consegue captar essência, ela não tira quem você é, ela capta uma essência diferente de um lado que você não tinha descoberto”.
“Trança representa personalidade, tem a ver com até onde sua mente está, com empoderamento, com você se achar bonita, tem a ver com você mesma e com as coisas que você vai agregar. Então a trança representa até uma postura, uma autoridade diferente, quando estou com tranças me sinto maravilhosa, faço vídeos, é um empoderamento”, destaca Midyan.
REPRESENTAÇÃO
As tranças são muito além de estética e de beleza, por trás há toda uma história de resistência, força e identidade. Erlytha reforça que ser trancista é um ato de resistência, é poder usar tudo aquilo que vem de suas ancestralidades e transformar em arte e representatividade.
“A trança Nagô que hoje em dia as pessoas falam que é trança Mandraka e não é. Antigamente os escravos utilizavam aqueles caminhos para decorar a rota de fuga deles e dentro das tranças colocavam arroz para poder comer ao longo do caminho e não ar fome. Cada método tem uma história, cada trança tem um jeito e não é só algo bonito, existe alguém que possivelmente morreu pra hoje termos essa autonomia de poder trabalhar e tudo mais”, finaliza a trancista.
Veja um pouco do trabalho da trancista. Para conhecer melhor é só ar seu perfil profissional e pessoal no instagram: @atrancaqueeuquero @erlythacruz
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